domingo, 30 de março de 2008

Sufocados pelas circunstâncias

Estava preparando uma aula acerca da Parábola do Semeador, conhecida também como Parábola dos Solos, e me deparei mais uma vez com o solo, que, na minha opinião é o mais intrigante: o solo cheio de espinhos.
O Semeador saiu a semear e a semente caiu à beira do caminho, num solo pedregoso, num solo cheio de espinhos e, finalmente, em terra boa.
O evangelho de Mateus registra, no capítulo 13, versículo 7, o seguinte: "Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas." Mais adiante, Jesus explica aos discípulos o significado da parábola, e no versículo 22, Jesus diz: "Quanto ao que foi semeado entre os espinhos, este é aquele que ouve a palavra, mas a preocupação desta vida e o engano das riquezas a sufocam, tornando-a infrutífera."
Sempre achei que a única semente a brotar tinha sido aquela que caiu em boa terra, mas não é isso que o texto diz. Fica claro que a semente brotou em três dos quatro solos, ela só não brotou quando caiu à beira do caminho. A semente brotou mesmo no solo rochoso e entre os espinhos. Na verdade, a planta entre os espinhos só tem um "problema": ela não é frutífera!
Infelizmente, boa parte dos cristãos não vive a vida cristã como ela se fosse uma semente em terra boa, mas uma planta no meio dos espinhos. Estamos, na maioria das vezes, tão envolvidos com as "preocupações desta vida" e com o "engano das riquezas" que priorizamos as coisas erradas. A conseqüência disso é termos cristãos com vidas infrutíferas. Chamo de vida infrutífera algo mais do que não levar outras pessoas a Cristo (isso também é parte importante de uma vida cristã frutífera). Uma vida infrutífera também é uma vida que não testemunha, ou seja, um cristão que não se parece com Cristo! Será que isso é possível?
Infelizmente, muitos cristãos vivem uma vida que não reflete Jesus, porque se sentem pressionados pelas coisas desta vida; assim, é mais fácil se amoldar às circunstâncias do que transformá-las ao gosto de Cristo, com a mente de Cristo.

"Se alguém está em Cristo, é nova criação.
As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!"
(2Coríntios5.17NVI)

terça-feira, 18 de março de 2008

Paixão

O mês de janeiro de 2008 foi um marco na minha vida. A minha participação no Projeto Materiais 2008 foi algo sem par. Durante esse projeto ganhei dois presentes que colaboram (no sentido etmológico de "trabalhar com/ junto") com o meu computador. Um deles é um presente de grego: um verdadeiro Cavalo de Tróia (sim, estou falando de um vírus) e o outro foi a versão eletrônica do dicionário Houaiss.
No mês passado, fiz uma faxina no meu orkut, algo que precisava ser feito há bastante tempo. Revi algumas coisas que havia escrito. Mantive meu perfil (não tive coragem suficiente para mudá-lo). Apaguei muita coisa.
De repente me deparei com o item "Paixões".
Pensei: vou dar uma definição da palavra, suas diferentes acepções, diferenciar paixão de amor etc. Abri a versão eletrônica do Houaiss e me surpreendi com o que li:
"1 o sofrimento de Jesus Cristo na cruz
2 o segmento do Evangelho que trata do martírio de Cristo; esse martírio, e o dos santos
3 peça teatral cantada, ou oratório sobre o tema da Paixão (acp. 2)
4 grande sofrimento; martírio"
Nunca imaginei que um instrumento lingüístico assinalaria como a primeira acepção de "paixão" o sofrimento de Cristo na cruz. Além disso as três acepções que se seguem derivam dessa primeira noção.
A Paixão de Cristo, a sua entrega total por amor e obediência são tão marcantes que não se limitam a um feriadão maravilhoso de 4 dias. É maior. A Paixão de Cristo nos constrange, nos atinge e nos impressiona. É a Paixão de Cristo que nos dá vida e esperança. Sua entrega voluntária à morte, paradoxalmente, é o início da vida.
Diante da Sua Paixão, nenhuma paixão é significativa. Todas as outras são passageiras e fugazes.
Paixão? Eu fico com a de Cristo. Ela não tem par.

"Um pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim"
(João 13. 1 NVI)