segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Eu já...

“A vida passa depressa, e nós voamos!” Salmo 90. 10

Eu já brinquei de boneca, já me maquiei como uma bruxa. Já soltei pipa, joguei futebol e subi em árvore. Já vendi manga verde. Já ganhei uma bicicleta. Já apostei corrida e ganhei. Já apostei corrida e caí da bicicleta tentando ganhar. Já cortei a boca correndo numa festa de aniversário. Já briguei com minha melhor amiga. Já fiz as pazes com ela. Eu já corri na chuva. Já toquei a campainha e saí correndo.

Eu já disse que iria para um lugar e fui para outro. Eu já fui ao cinema sozinha e ninguém acreditou. Já matei aula para namorar. Já matei aula para estudar. Já namorei meu melhor amigo e já perdi um amigo por causa de um namorado. Já terminei um namoro. Já levei um fora.

Eu já morei em mais de dez casas diferentes. Eu já disse que não ia esquecer e esqueci. Já fiz promessas impossíveis de serem cumpridas. Eu já me fiz de sonsa. Já menti. Já disse a verdade querendo dizer uma mentira. E já menti porque não queria magoar alguém com a verdade. Já disse a verdade, mas ninguém acreditou em mim.

Eu já recebi Jesus como meu salvador. Já fui batizada porque escolheram por mim. Já fui batizada porque eu escolhi ser. Já falei de Jesus para mais de 300 pessoas diferentes. Já preguei o evangelho em pelo menos três línguas diferentes. Já paguei mico para evangelizar alguém. Já ensinei pessoas a evangelizarem. Já levei muitas pessoas a Cristo. Já atravessei o oceano para falar de Jesus. Já dirigi culto. Já preguei em vigília. Já preguei na igreja dos outros.

Já levantei sustento. Já investi em Missões. Já desafiei pessoas que não conhecia. Já fui desafiada por pessoas que nunca vi.

Já passei no vestibular. Já fiz uma faculdade. Já defendi uma dissertação de mestrado. Já passei em primeiro lugar num concurso. Já fui reprovada. Já fui representante de turma (algumas vezes). Já apresentei uma formatura.

Já levei bronca. Já chorei por ter errado. Já chorei por ter acertado. Já magoei. Já fui magoada. Já fiz as pessoas chorarem de tristeza. Já fiz as pessoas chorarem de felicidade. Já emocionei pessoas com as minhas palavras.

Já convenci as pessoas a mudarem de idéia. Já convenci minhas amigas a viajarem para Buenos Aires comigo. Já fiz amigos que disse que eram para a vida inteira, mas nos perdemos nos caminhos da vida. Já fui madrinha de casamento. Já disse que dois amigos tinham tudo a ver e eles vão se casar em 2009.

Já fui líder de célula. Já orientei pessoas a crescerem espiritualmente. Já aconselhei acerca de situações que nunca vivi. Já ouvi segredos indizíveis.

Eu já achei que nada novo poderia acontecer e me enganei. Ainda bem...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Jesus mandou levar a cruz, mas...

Há quem insista em trazer a arca.

Ao ler a Bíblia, me deparo com ensinamento que me pareciam muito claros. Amai os vossos inimigos. Fazei o bem àqueles que vos perseguem. Orai pela paz em Jesusalém. Não julgueis para não serdes julgados. Sede meus imitadores. Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Tomai a cada dia a sua cruz e siga-me.
Esses ensinamentos deixam de ser claros para mim quando olho para a realidade, para o cotidiano. E aí fico espantada. O que me espanta é que a cada dia ao invés de ver pessoas que optam por seguirem Jesus levando a Cruz, eu as vejo "trazendo a arca", exigindo de Deus, ameaçando os inimigos, declarando guerra a tudo e a todos, se omitindo em fazer o bem e desconhecendo o significado da palavra "testemunho".
O pior dessa história toda é que as referências não se limitam apenas à arca, mas também toda a sorte de anacronismos, impropérios, absurdos e descompassos entorno da palavra de Deus.
Na verdade, acredito que o problema esteja no "entorno da palavra de Deus", porque a "palavra de Deus" definitivamente não é consultada, logo nem pode ser seguida ou obedecida, pois ela é desconhecida. Aí criam-se as "teologias de botequim" que permeiam as músicas, pois essas são ouvidas, cantadas e até seguidas.
Bom, temos então mais um problemas, que é o conteúdo das músicas da moda.
É por isso que eu odeio moda. Clássico não envelhece. O vestidinho preto sempre está em alta. A moda muda sempre e, quando passa, se torna ridícula. O mocassim verde limão não está mais nas ruas (ainda bem). "Castelo Forte" tem mais de 400 anos, é um clássico. "Não há Deus maior" (que tem uma letra legal) não tem nem 15, já está velha.
Movidos pelos mais diversos modismos: noivas, leões, arcas, altares, filhinho, Abba, cordeiro etc, surgem as mais diversas "teologias de botequim" e com elas uma música que as fundamente, com uma base bíblica extremamente frágil e descontextualizada. Eu não sei se fico espantada ou deprimida ao ouvir a enorme quantidade de contra-sensos que assolam a música gospel brasileira, as conversações crentes e até algumas pregações...
Os valores estão trocados: quem era servo hoje pensa que é Senhor; aquele que era administrador (mordomo), hoje pensa que é dono, e Deus deixou de ser Deus e se tornou um gênio da lâmpada, sempre pronto a satisfazer os mais bizarros desejos de seus "amos".
É muito triste pensar que a mensagem de Jesus está sendo tão grandemente distorcida. Jesus afirmou que no mundo teríamos aflições, ou seja, a vida não seria composta apenas por vitórias, felicidades e alegrias. E eu ouço algo como "chegará a minha vez"???
Eu me pergunto: quando foi a vez de Estevão? O apedrejamento? E a vez de Tiago? Foi ao ser atravessado por uma espada? E a vez de Paulo? Foram os açoites, os apedrejamentos, as perseguições? E a vez de Jesus? Deus não O livrou da cruz. E Jesus não pediu para estar livre da Cruz, seu desejo era obedecer ao Pai.
Obediência. Talvez seja essa a palavra que falta.
Há outras: submissão, arrependimento, confissão, servidão. São essas as palavras que se associam à cruz. Jesus mandou levar a Cruz, Ele não mandou trazer a Arca.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Minha Esperança

Esperança é “sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; confiança em coisa boa; fé”. Quem tem esperança tem uma sensação boa de que algo que se deseja vai se concretizar. É uma estranha certeza de que algo bom acontecerá. Esperança tem a ver com desejo, com o que se deseja. Ou seja, a esperança é maior à medida que o que se deseja é mais certo (no sentido de certeza).

Deixe-me ser mais clara: se o que desejamos tem reais chances de se concretizar, temos certeza de que teremos o que esperamos. A Bíblia diz: “sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona” (Romanos 5. 3-5).

É possível que a Esperança que temos nos mova a caminhos heterodoxos. Pode mudar nossos hábitos e até mudar nossas vidas. Para o apóstolo Paulo foi assim. Ele foi julgado pela esperança que tinha: “Agora, estou sendo julgado por causa da minha esperança [...] É por causa desta esperança, ó rei, que estou sendo acusado pelos judeus.” (Atos 26. 6-7)

Paulo tinha uma esperança que valia a pena, valia até a própria vida. Pela sua esperança, ele foi açoitado, perseguido, preso, julgado e condenado.

A esperança de Paulo era Jesus, aquele por quem vale a pena viver e também vale a pena morrer. Encontrá-lo foi como encontrar algo muito precioso. Jesus mesmo falou sobre isso: “O Reino dos céus também é como um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou.” (Mateus 13. 45-46)

Ao encontrar Jesus, a sua esperança, Paulo encontrou também o Reino dos céus. Encontrou uma jóia preciosa, uma fabulosa pérola. Encontrou a vida!

Por essa pérola, valia a pena vender tudo e a comprou.

Foi o que Paulo fez: “Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo” (Filipenses 3. 7).

Eu tenho a mesma esperança de Paulo. Por essa esperança, vale a pena viver e vale a pena morrer.
Qual é a sua esperança?

sábado, 4 de outubro de 2008

Recebi um e-mail...

Eu estou farta dessa frase: "recebi um e-mail...". Geralmente o que vem por aí não é bom...
As tecnologias que o século XXI nos oferece são tentadoras. A cada dia tornamo-nos mais dependentes de máquinas que fazem serviços que nos perguntamos como é que era a vida sem elas. É difícil pensar que há 20 anos, por exemplo, as pessoas mal tinham telefone em casa, o que se dizer, então, de um telefone individual e portátil, que cabe na palma da mão?
Em contrapartida, essas tecnologias criaram um novo tipo de verdade... a verdade do e-mail.
Vamos pensar um pouco:
Racionalmente falando, como o TRE descobriu o seu endereço de e-mail, para, assim, te informar sobre uma irregularidade com o seu título? Como a Receita Federal descobriu o seu endereço de e-mail para dizer que você vai perder seu CPF? Como alguém vai receber alguns centavos a cada e-mail repassado? Quem paga por isso? Não sou eu, isso eu sei!
Por mais absurdo que pareça, o fato é que, hoje em dia, o e-mail recebido que alguém de confiança, mas não escrito por ele, se tornou uma verdade absoluta e inquestionável.
Por exemplo: o acordo ortográfico. O que ninguém sabe – e que é realmente verdade sobre o assunto – é que as discussões relativas ao acordo ortográfico começaram na década de 90!!! Como você recebeu isso por e-mail no mês passado, parece que é notícia nova, mas... não é!
Outro: a história do voto nulo. O e-mail é uma gracinha, incentiva o voto nulo, como se ele fosse um voto de protesto. O texto “esclarece” o eleitor, dizendo que o voto nulo é capaz de anular uma eleição. O que o e-mail não explica é o conceito adotado pelo TRE de “voto válido” e “voto inválido”.
O voto válido é o voto em alguém ou em alguma legenda. O voto inválido é o voto branco ou o voto nulo.
Em termos práticos: há cidades brasileiras onde houve apenas um candidato a prefeitura. Tal candidato pode ser eleito se apenas ele votar em si mesmo. E será eleito com 100% dos votos válidos, independente do número de votos brancos ou nulos que existirem. Você pode conferir essa informação.
Eu não consigo entender como essa informação via web tornou-se, em tão pouco tempo, mais verídica do que qualquer outra fonte.
Quem me dera todos os cidadãos brasileiros, principalmente os usuários da internet , fossem como os crentes de Beréia.

"Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo."
(Atos 17.11)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Legado

Legado é, segundo o dicionário Houaiss, o que é transmitido às gerações que se seguem. Você já deve ter se deparado com alguns trechos na Bíblia sobre a morte de alguém proeminente ou não.
Os textos dizem basicamente o seguinte: fulano foi sepultado na cidade de Davi e não houve outro como ele ou assim: fulano foi sepultado e não mais se falou dele. Lendo a história de dois reis de Israel eu fiquei muito impressionada com afirmações como essas. É perceptível como é importante para o autor dos livros de Crônicas, por exemplo, registrar a morte dos reis e como eles são lembrados a partir daí. Ou seja, é importante registrar o legado dos reis.
A história do rei Jeorão ou Jorão é emblemática quando se fala de memória post-mortem. 2Crônicas 21.20 registra o seguinte: “Era da idade de trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou em Jerusalém oito anos: e foi-se sem deixar de si saudades algumas; e o sepultaram na cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis.”. Uma das últimas vezes em que li isso, pensei: o que dirão de mim depois da minha morte? Será que, como Jeroão, não deixarei saudades?
A Nova versão internacional registra assim: “morreu sem que ninguém o lamentasse”. Já imaginou isso? Como foi a vida de alguém cuja morte ninguém lamenta? Um rei que não merece ser sepultado no túmulo dos reis?
O mesmo livro de 2 Crônicas narra que Jeroão andou pelos caminhos de Acabe e dos reis de Israel, o que significa que ele, nas palavras do apóstolo Paulo, “mudou a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem do homem corruptível”, ou seja, ele adorou qualquer coisa ao invés de adorar a Deus, deu honra e glória a qualquer coisa ao invés de se render a Deus, andou segundo os próprios desígnios ao invés de andar na lei do Senhor.
Quando lemos maus exemplos como o de Jeroão, pensamos assim: como é que ele fez isso? Ele não leu a lei? Ele não observou o que aconteceu com os que fizeram as mesmas coisas antes deles? Ele é muito desatento mesmo, né? Contudo, eu penso que, às vezes, somos muito parecidos com eles. Trocamos o culto por um programa de TV, trocamos um momento de estar a sós com Deus para estarmos envoltos em conversas pouco frutíferas, trocamos os valores eternos de Deus por valores corruptíveis deste mundo. E depois da morte, o que terá valor? O que deixaremos para as gerações futuras?
Que deixemos um legado. Que nossos investimentos prioritários sejam aqueles que vão durar para além da nossa morte e irão nos render tesouros nos céus.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Jesus mandou levar a cruz, mas...

Há quem insista em trazer a arca.


Ao ler a Bíblia, me deparo com ensinamento que me pareciam muito claros. Amai os vossos inimigos. Fazei o bem àqueles que vos perseguem. Orai pela paz em Jesusalém. Não julgueis para não serdes julgados. Sede meus imitadores. Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Tomai a cada dia a sua cruz e siga-me.

Esses ensinamentos deixam de ser claros para mim quando olho para a realidade, para o cotidiano. E aí fico espantada. O que me espanta é que a cada dia ao invés de ver pessoas que optam por seguirem Jesus levando a Cruz, eu as vejo "trazendo a arca", exigindo de Deus, ameaçando os inimigos, declarando guerra a tudo e a todos, se omitindo em fazer o bem e desconhecendo o significado da palavra "testemunho".

O pior dessa história toda é que as referências não se limitam apenas à arca, mas também toda a sorte de anacronismos, impropérios, absurdos e descompassos entorno da palavra de Deus.

Na verdade, acredito que o problema esteja no "entorno da palavra de Deus", porque a "palavra de Deus" definitivamente não é consultada, logo nem pode ser seguida ou obedecida, pois ela é desconhecida. Aí criam-se as "teologias de botequim" que permeiam as músicas, pois essas são ouvidas, cantadas e até seguidas.

Bom, temos então mais um problemas, que é o conteúdo das músicas da moda.

É por isso que eu odeio moda. Clássico não envelhece. O vestidinho preto sempre está em alta. A moda muda sempre e, quando passa, se torna ridícula. O mocassim verde limão não está mais nas ruas (ainda bem). "Castelo Forte" tem mais de 400 anos, é um clássico. "Não há Deus maior" (que tem uma letra legal) não tem nem 15, já está velha.

Movidos pelos mais diversos modismos: noivas, leões, arcas, altares, filhinho, Abba, cordeiro etc, surgem as mais diversas "teologias de botequim" e com elas uma música que as fundamente, com uma base bíblica extremamente frágil e descontextualizada. Eu não sei se fico espantada ou deprimida ao ouvir a enorme quantidade de contra-sensos que assolam a música gospel brasileira, as conversações crentes e até algumas pregações...

Os valores estão trocados: quem era servo hoje pensa que é Senhor; aquele que era administrador (mordomo), hoje pensa que é dono, e Deus deixou de ser Deus e se tornou um gênio da lâmpada, sempre pronto a satisfazer os mais bizarros desejos de seus "amos".

É muito triste pensar que a mensagem de Jesus está sendo tão grandemente distorcida. Jesus afirmou que no mundo teríamos aflições, ou seja, a vida não seria composta apenas por vitórias, felicidades e alegrias. E eu ouço algo como "chegará a minha vez"???

Eu me pergunto: quando foi a vez de Estevão? O apedrejamento? E a vez de Tiago? Foi ao ser atravessado por uma espada? E a vez de Paulo? Foram os açoites, os apedrejamentos, as perseguições? E a vez de Jesus? Deus não O livrou da cruz. E Jesus não pediu para estar livre da Cruz, seu desejo era obedecer ao Pai.

Obediência. Talvez seja essa a palavra que falta.

Há outras: submissão, arrependimento, confissão, servidão. São essas as palavras que se associam à cruz. Jesus mandou levar a Cruz, Ele não mandou trazer a Arca.

1ª Epístola de Paulo aos santos Tupiniquins

Autor(a): PR. DANIEL ROCHA
(Pastor da Igreja Metodista em Itaberaba, e psicólogo dadaro@uol.com.br)

Como seria uma carta endereçada à igreja brasileira pelo maior escritor do Novo Testamento, o apóstolo Paulo? Observando os temas abordados por ele nas cartas escritas à, ainda incipiente, Igreja Primitiva e considerando que muitos problemas enfrentados por ela se perpetraram também em nosso território, podemos imaginar, através de uma paráfrase de seus textos, o velho apóstolo escrevendo uma epístola de admoestação e exortação em letras bem grandes para nós.
Talvez ela fosse mais ou menos assim...
Prefácio e Saudação
Paulo, apóstolo, não da parte de homens, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, a todos os santos e fiéis irmãos em Cristo Jesus, que se encontram em terras brasileiras, graça e paz a vós outros.
Exortações à Igreja
Rogo-vos para que não haja partidos entre vós. Mas vejo que é isso que está ocorrendo, pois uns dizem: eu sou de Malafaia; outros, de Macedo; outros, de Soares. Quem é Malafaia? Quem é Soares? [1] Por acaso Cristo está dividido? Não são neles que devemos postar nossos olhos, mas em Cristo, o único que morreu por nós. Vejo que ainda sois meninos na fé quando o propósito de cada um é só buscar bênçãos para si, visando os próprios interesses e não o interesse do Corpo. Digo-vos que a maior bênção já vos foi concedida na cruz, quando fostes resgatados da morte e das trevas. Agora, aprendam a viver contentes e dar graças a Deus por tudo [2].
Sinais e Prodígios
Assim como os judeus pediam sinais em minha época [3], há muitos que só pensam em prodígios e maravilhas: fazem correntes e marcam hora para as curas se efetuarem, e eu já havia advertido aos seus irmãos de Tessalônica que tão somente orassem o tempo todo, [4] pois apenas Deus é quem sabe a hora de atender. Eu mesmo deixei Trófimo doente em Mileto, [5] o amado Timóteo foi medicado enquanto esperava o Senhor curar sua gastrite, [6] e Epafrodito adoeceu mortalmente chegando às portas da morte [7]. Por que entre vós seria diferente?
Outras admoestações
Fazem rituais para amarrar demônios e declaram que as cidades do Brasil são do Senhor Jesus. Nunca vistes isso em mim. Ao contrário, preguei o evangelho em Éfeso, mas a cidade continuou seguindo a deusa Diana. No Areópago de Atenas riram e zombaram de minha pregação, e poucos aceitaram a palavra da salvação; como eu iria dizer que Atenas era do Senhor Jesus? Em Corinto, a prostituição continuou a dominar a cidade, e em Roma, as orgias e as dissoluções da família até se intensificaram no decorrer dos anos. Dizer que Roma pertencia ao Senhor Jesus seria uma frase que levaria ao engano os irmãos verdadeiramente convertidos. Na verdade, muito me esforcei e fiz de tudo para ver se conseguia salvar a alguns [8]. Nunca ensinei a reivindicar territórios, mas tão somente orava a Deus que me abrisse uma porta para pregar a Palavra [9].
Cuidado com os falsos apóstolos
Há muitos homens gananciosos aparecendo no meio de vós dizendo que são apóstolos e criando hierarquias para exercer domínio uns sobre os outros, coisa que nunca aprovei. Porque tanta preocupação com títulos? Por que ninguém se contenta em ser chamado simplesmente servo? Pois isso é o que realmente importa. Saibam que há muitos obreiros fraudulentos transformando-se em apóstolos do Senhor [10]. Já vos advertira que depois da minha partida, entre vós penetrariam lobos vorazes que não poupariam o rebanho de Cristo [11].
Sobre os dons espirituais
Soube que muitos estão preocupados com os dons. É verdade que eles são importantes, mas o Espírito concede a cada um conforme melhor lhe convém [12]. Tenho percebido que valorizam principalmente os dons sobrenaturais – línguas, visões, curas e revelações – e esquecem-se que ensinar bem as Escrituras, administrar com zelo as coisas de Deus e promover socorro aos necessitados também são dons espirituais [13]. Mas o que eu quero mesmo é que estejais buscando para suas vidas o fruto do Espírito. Não adianta ter fé suficiente para curar pessoas, transportar montes e expulsar demônios se ficam devorando uns aos outros, [14] se não têm amor, e dão um testemunho pior que os gentios.
Ofertas ao Senhor
Quanto às ofertas e sacrifícios, já falei por carta: no primeiro dia da semana cada um separe segundo sua prosperidade [15]. Nunca fiz leilão de bênçãos do Senhor, desafiando o povo a ofertar começando com 10 moedas de ouro até chegar ao que tinha um denário. O único sacrifício aceitável por Deus já foi feito na cruz pelo seu Filho Jesus. Quando Deus me der oportunidade de visitar-vos quero conhecer os que estão se enriquecendo com o Evangelho e enfrentar-lhes face a face. A piedade jamais pode ser fonte de lucro [16] e se continuarem nessa sórdida ganância acabarão por se desviarem se da fé e a si mesmos se atormentarão com muitas dores [17].
A busca da verdadeira maturidade
É imprescindível que manejem bem a Bíblia, pois chegou ao meu conhecimento que esta é uma geração tão ignorante da Palavra que estão sendo enganados por lobos vorazes, que trazem enganos e sofismas, e a esses, de boa mente, os tolerais [18]. Lembrem-se que quando preguei em Beréia o povo consultava a Palavra para ver se as coisas eram de fato assim [19]. Por que não fazeis vós o mesmo? Ora, os ardis de Satanás vêm sempre disfarçados na pregação de um anjo de luz [20] .Vejo que entre vós há muitos acréscimos e deturpações daquilo que falei. Admoesto-vos a que não ultrapasseis o que está escrito [21].
As saudações pessoais
Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo, e sim a seu próprio ventre [22]. Em breve vos vereis. Saudai-vos uns ao outros com um beijo no rosto [23].
A bênção
A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós [24].
REFERÊNCIAS:
[1] (1Co 3.5)
[2] (Fp 4.11; 1Ts 5.18).
[3] (1Co 1.22)
[4] (1Ts 5.17),
[5] (2Tm 4.20),
[6] (1Tm 5.23),
[7] (Fp 2.27-30).
[8] (1Co 9.22).
[9] (Cl 4.3).
[10] (1Co 11.3).
[11] (At 20.29).
[12] (1Co 12.7).
[13] (Rm 12.7-8).
[14] (Gl 5.15),
[15] (1Co 16.2).
[16] (1Tm 6.5),
[17] (1Tm 6.10).
[18] (2Co 11.4).
[19] (At 17.11).
[20] (2Co 11.14).
[21] [1Co 4.6]
[22] (Rm 16.17-18).
[23] [Rm 16.16].
[24] (2Co 13.13)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Eu nasci de novo... há 13 anos!

Em 16 de julho de 1995, eu nasci de novo!
Foi o dia mais especial da minha vida.
Foi o dia em que entendi que não adiantava ser boazinha, ser uma boa filha, fazer o bem, ter boa fama, ser boa amiga, freqüentar uma igreja, seguir uma religião, ajudar os pobres, não matar ninguém, não roubar ninguém, não agredir ninguém... Entendi que nada que eu fizesse seria o bastante para comprar, barganhar, adquirir, pleitear, granjear, conquistar ou obter a salvação.
Descobri que salvação é graça!
No direito penal, "graça", segundo o dicionário Houaiss, é o ato do chefe de uma nação (rei, presidente etc.), pelo qual a pena de determinado preso é extinta ou comutada.
A primeira acepção de graça é "favor que, por liberalidade, se concede a um inferior". Pensando por esse prisma, a salvação é um favor que Deus faz ao homem. Os favores não têm interesse ou são trocados. Um favor é gratuito. Não é obtido porque se merece, mas porque a pessoa que concede o favor é boa e quer.
Salvação é assim: Deus quer nos dar, Ele é demasiadamente bom para fazer isso. Nós só precisamos receber.
Eu demorei muitos anos para entender isso. A salvação é gratuita! É um presente! O que fazemos quando ganhamos um presente? Esticamos as mãos para pegá-lo!
Há 13 anos, eu compreendi isso. Eu freqüentava uma igreja, não colava na escola, era uma boa aluna, obedecia aos meus pais, fazia o bem, ajudava meus amigos, era uma boa amiga, mas não tinha recebido a salvação que Deus oferece através de Jesus.
Na noite do dia 16 de julho de 1995, eu entendi que eu precisava estender as mãos para receber o presente de Deus, que é a salvação. Entendi também que eu nunca vou merecer a salvação, por mais que eu faça coisas ou por melhor que eu seja.

"Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus"
(João 1. 12-13)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Carta aberta à Convenção Batista Carioca



É com muito pesar que recebo a infeliz notícia de que os batistas cariocas agora unem-se a tantos outros pregadores televisivos, que nada mais fazem do que autopromover-se. Contudo, ainda é mais triste pensar que o dinheiro usado para financiar 10 minutos num programa de televisão poderia ser melhor empregado.

Apesar de parecer inchada de igrejas, a cidade do Rio de Janeiro dá provas muito claras de que precisa de ações incisivas de evangelização e, definitivamente, não são 10 minutos de um programa , às 15h50min, contendo a agenda batista que colaborarão com a redução da violência no Rio, reduzirão o número de crianças abandonadas ou farão diferença na vida de algum drogado.

A cidade do Rio de Janeiro apresenta gritantes abismos econômicos. Há poucos meses, alguns jornais noticiaram uma situação alarmante. Crianças no Rio de Janeiro se prostituem até por R$0,50! Certamente, essas crianças preferiam ter outra trajetória de vida. O que falta para oferecer a essas crianças uma outra sorte? Pessoas com boa vontade? Uma instituição que as abrigue? Dinheiro?... Há dinheiro sobrando para nos darmos ao luxo de não mais assistirmos o órfão e a viúva e pormos no ar um programa de TV?

Mesmo o programa dá mostras de iniciativas denominacionais que poderiam ser ampliadas e melhoradas caso a verba que é utilizada para a manutenção do programa fosse utilizada para outros fins, como a reforma e melhoria da Cidade Batista ou a contratação de pessoal para o Lar Batista do Ancião.

Será que ninguém mais pensou nessas coisas?

Pela primeira vez na vida, senti vergonha de ser batista.
Érica Bispo

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Repetição

Eu sinceramente acho que existem coisas completa e irritantemente desnecessárias. Repetição é uma delas. Todo mundo odeia ouvir duas vezes a mesma coisa. Exceto música, poesia, "eu te amo" etc. Todo mundo odeia ouvir duas vezes algo como "Tire a toalha de cima da cama", "Saia da frente desse computador", "Desligue esse negócio".


Isso me faz pensar na Bíblia. Deus deve saber que somos filhos teimosos e, por isso, não adianta falar uma vez só... Aí a gente entende por que várias histórias bíblicas são escritas duas ou mais vezes, sem contar com as mesmas ordens repetidas milhares de vezes.
Essa história de repetições é bastante interessante, principalmente quando se lê 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis e 1 e 2 Crônicas nessa seqüência. Por que escrever 1 e 2 Crônicas, se é para contar a mesma história?
Os livros das Crônicas parecem uma cópia mais chata (por causa das infindáveis listas de nomes) dos 4 livros anteriores. Se é a mesma coisa, para que escrever de novo? Parece uma pergunta sem resposta, não é? Daquelas que eu já coloquei na listinha para perguntar para Deus tão logo eu chegue ao céu, logo depois de "Por que azul, se o céu poderia ser vermelho?". Contudo, essa pergunta tem resposta (não a da cor do céu): para renovar a esperança!
Reescrever e reler a História associando a cada história familiar e individual era um exercício necessário para renovar a esperança.
Para termos a esperança renovada é necessário que fatos novos aconteçam. Lembremo-nos da história. O povo estava no exílio. O fato novo foi a possibilidade de retornar a terra vários anos depois! Uma nova esperança de vida diante de uma situação que parecia não ter qualquer possibilidade de saída.
Além de um fato novo, nossa esperança se renova ao lembrarmos de como Deus agiu antes (só pra refrescar a memória), dessa forma confiamos nEle para que Ele faça além. Alguns lembram, alguns fazem hinos, cantam, criam um blog e outros escrevem ou reescrevem a história...
Por mais que seja chato ouvir a mesma ordem duas vezes, é delicioso assistir ao mesmo filme duzentas milhões de vezes. Reler a história de um Deus que se mostra o tempo todo fiel é como assistir a um filme com final feliz, pode ser a enésima vez que se assiste àquela cena, mas as sensações são as mesmas e a esperança é renovada.
"Lembro-me também do que pode me dar esperança:
Graças ao grande amor do SENHOR é que não somos consumidos"
(Lamentações 3. 21-22 NVI)

sábado, 17 de maio de 2008

Esperança

Há dias em que acordamos desanimados, tristes, desesperados, sem expectativa. Parece que nada faz sentido, que não há razão para a vida, que tudo o que se faz não leva a lugar algum. Há dias em que parece que não há saída. Não temos mais para onde correr. Não há alternativa. Não há socorro. Não há esperança.

Em dias como esses, precisamos que o Senhor renove as nossas esperanças.

No dicionário Houaiss, a palavra “esperança” é definida com as seguintes palavras: “sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; confiança em coisa boa”. Quando li isso, fiquei pensando em como é bom viver acreditando que é possível algo que se deseja.

Imagine viver contando os dias para a formatura. A esperança de que a formatura chegará nos anima a fazer as provas, estudar as matérias chatas, fazer os estágios, cumprir os horários e, até, aturar pessoas insuportáveis. A esperança da formatura é suficiente para vencer e transpor as barreiras.

Ter esperança é uma das melhores sensações humanas; principalmente, quando oposta a não ter esperança. Quem não tem esperança vive sem um propósito, sem um objetivo, prostrado, cabisbaixo, triste, infeliz. Que coisa horrível deve ser viver sem esperança!...

Colocar a esperança no Senhor é uma das tônicas bíblicas para aqueles que estão sem saída. Diversos são os autores que disseram a mesma coisa: “Ponha a esperança no Senhor” (Salmo 42. 5 e 6), “Esperarei no Senhor” (Isaías 8. 16-17); “Coloquei a minha esperança no Senhor” (Salmo 40. 1); “Minha esperança está em ti” (Salmo 25.4-5)

Na nossa cultura brasileira, nos acostumamos a dizer, diante daquilo que não tem mais jeito, algo como “Se Deus quiser” ou “Só se Deus fizer”; dizemos isso sem nenhuma esperança real de que Deus faça ou, simplesmente, possa fazer o que esperamos. Entretanto, a realidade espiritual acerca disso é que Deus é o único que pode nos dar a real esperança e tornar concreto aquilo que esperamos. Ele providenciou a “Esperança de Israel”!

A verdade espiritual acerca do futuro pode ser o que o salmista diz: “Tu és o meu refúgio; és tudo o que tenho na terra dos viventes”. (Salmo 142. 5)

Se Ele é a única coisa que temos na terra, só podemos esperar nEle... Ele é a nossa esperança. Ele prometeu que nos daria não só esperança, mas também um futuro. Além de vivermos com essa sensação agradável de coisa boa, ele promete nos dar esse futuro, essa concretização.

“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o SENHOR, ‘planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.”
(Jeremias 29.11)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Nada faz sentido...

Às vezes, fico me perguntando como e por quê Salomão escreveu Eclesiastes. Acho que foi ao final de uma semana estressante, em que ele teve que usar sua vasta sabedoria para resolver um monte de probleminhas inúteis, sobre os quais ele deve ter pensado "como as pessoas vêm a mim para resolver esse tipo de coisa? São coisas tão banais! Como eles não resolvem sozinhos?"


Talvez tenha sido depois de ter visto mudanças de valor tão absurdas no meio do povo que ele não conseguia conceber a razão de o servo ter trocado de lugar com o senhor.


Independente disso, o fato é que ele chegou à fantástica conclusão de que nada faz sentido!


Cara, nada faz sentido mesmo!


Há pessoas que casam, têm filhos e, meses depois das juras de amor eterno, se separam! Faz algum sentido? Se era para separa, então para que casar?


Há pessoas que se matriculam num curso, colam durante todo o curso, se formam. Não conseguem progredir e dizem que o tal curso não ensinou nada. Faz algum sentido? Se queriam aprender, por que não estudaram?


Há quem escolha ter filhos biológicos ou adotivos e maltrata-os, estupra-os, humilha-os e até os mata! Faz algum sentido? Se não queria ter um filho...


Há tanta coisa "desconcertada" no mundo... Nada faz sentido!


Há cristãos que deveriam ser parecidos com Cristo, mas fraudam, mentem, subornam e, ainda, acusam. Faz algum sentido?


"Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o essencial para o homem"

(Eclesiastes 12. 13)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Auxílio certo na hora errada

É tão bom ler o mesmo texto pela enésima vez e, ainda assim, descobrir nele coisas novas... É sempre assim quando leio o livro de Jonas, que deve ser o livro da Bíblia que mais li.
Desta última vez em que li este livro, descobri o óbvio: um exemplo de tentar resolver o que só Deus pode resolver.
Não gosto de pensar nas razões que levaram Jonas a desobedecer a Deus, se ele tinha motivo para isso ou não, se ele devia obedecer a Deus sem questionar etc. O fato é que ele já tinha desobedecido, já tinha entrado em um navio para outra cidade e já tinha posto em risco a vida de um monte de gente que não tinha nada a ver com a desobediência dele.
É interessante notar o que as pessoas fazem quando vêem a morte diante de si. A maioria absoluta busca qualquer tipo de força metafísica superior que seja capaz de livrá-las nesta vida ou guardá-las na próxima.
Bom, os companheiros de viagem de Jonas também fizeram isso imediatamente. Cada um buscou seu próprio deus. Nenhum respondeu. Nenhum os livrou. Então, lançaram sorte e descobriram que a "culpa" era de Jonas.
Enfim, Jonas foi lançado ao mar. Foi engolido por um grande peixe. E, então, só então, ele buscou a Deus.
Jonas poderia ter buscado a Deus antes de sair de casa. Poderia dar uma de Moisés e discutir com Deus a pertinência do que Ele estava dizendo. Poderia orar para que o mar se acalmasse. Poderia orar para que Deus tivesse misericórdia dos seus companheiros de viagem. Mas Jonas só orou quando não tinha mais jeito. Ele, em alguns instantes, seria digerido por um grande peixe. Não havia solução para ele.
Jonas buscou a pessoa certa, o auxílio certo; mas, como muitas vezes fazemos, na hora errada. Ele só buscou quando ninguém mais poderia livrá-lo, quando não havia mais o que ser feito.
Ainda bem que para Deus nunca é tarde demais, e mesmo a hora errada se torna a hora certa, porque para Ele nada é impossível.

domingo, 30 de março de 2008

Sufocados pelas circunstâncias

Estava preparando uma aula acerca da Parábola do Semeador, conhecida também como Parábola dos Solos, e me deparei mais uma vez com o solo, que, na minha opinião é o mais intrigante: o solo cheio de espinhos.
O Semeador saiu a semear e a semente caiu à beira do caminho, num solo pedregoso, num solo cheio de espinhos e, finalmente, em terra boa.
O evangelho de Mateus registra, no capítulo 13, versículo 7, o seguinte: "Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas." Mais adiante, Jesus explica aos discípulos o significado da parábola, e no versículo 22, Jesus diz: "Quanto ao que foi semeado entre os espinhos, este é aquele que ouve a palavra, mas a preocupação desta vida e o engano das riquezas a sufocam, tornando-a infrutífera."
Sempre achei que a única semente a brotar tinha sido aquela que caiu em boa terra, mas não é isso que o texto diz. Fica claro que a semente brotou em três dos quatro solos, ela só não brotou quando caiu à beira do caminho. A semente brotou mesmo no solo rochoso e entre os espinhos. Na verdade, a planta entre os espinhos só tem um "problema": ela não é frutífera!
Infelizmente, boa parte dos cristãos não vive a vida cristã como ela se fosse uma semente em terra boa, mas uma planta no meio dos espinhos. Estamos, na maioria das vezes, tão envolvidos com as "preocupações desta vida" e com o "engano das riquezas" que priorizamos as coisas erradas. A conseqüência disso é termos cristãos com vidas infrutíferas. Chamo de vida infrutífera algo mais do que não levar outras pessoas a Cristo (isso também é parte importante de uma vida cristã frutífera). Uma vida infrutífera também é uma vida que não testemunha, ou seja, um cristão que não se parece com Cristo! Será que isso é possível?
Infelizmente, muitos cristãos vivem uma vida que não reflete Jesus, porque se sentem pressionados pelas coisas desta vida; assim, é mais fácil se amoldar às circunstâncias do que transformá-las ao gosto de Cristo, com a mente de Cristo.

"Se alguém está em Cristo, é nova criação.
As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!"
(2Coríntios5.17NVI)

terça-feira, 18 de março de 2008

Paixão

O mês de janeiro de 2008 foi um marco na minha vida. A minha participação no Projeto Materiais 2008 foi algo sem par. Durante esse projeto ganhei dois presentes que colaboram (no sentido etmológico de "trabalhar com/ junto") com o meu computador. Um deles é um presente de grego: um verdadeiro Cavalo de Tróia (sim, estou falando de um vírus) e o outro foi a versão eletrônica do dicionário Houaiss.
No mês passado, fiz uma faxina no meu orkut, algo que precisava ser feito há bastante tempo. Revi algumas coisas que havia escrito. Mantive meu perfil (não tive coragem suficiente para mudá-lo). Apaguei muita coisa.
De repente me deparei com o item "Paixões".
Pensei: vou dar uma definição da palavra, suas diferentes acepções, diferenciar paixão de amor etc. Abri a versão eletrônica do Houaiss e me surpreendi com o que li:
"1 o sofrimento de Jesus Cristo na cruz
2 o segmento do Evangelho que trata do martírio de Cristo; esse martírio, e o dos santos
3 peça teatral cantada, ou oratório sobre o tema da Paixão (acp. 2)
4 grande sofrimento; martírio"
Nunca imaginei que um instrumento lingüístico assinalaria como a primeira acepção de "paixão" o sofrimento de Cristo na cruz. Além disso as três acepções que se seguem derivam dessa primeira noção.
A Paixão de Cristo, a sua entrega total por amor e obediência são tão marcantes que não se limitam a um feriadão maravilhoso de 4 dias. É maior. A Paixão de Cristo nos constrange, nos atinge e nos impressiona. É a Paixão de Cristo que nos dá vida e esperança. Sua entrega voluntária à morte, paradoxalmente, é o início da vida.
Diante da Sua Paixão, nenhuma paixão é significativa. Todas as outras são passageiras e fugazes.
Paixão? Eu fico com a de Cristo. Ela não tem par.

"Um pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim"
(João 13. 1 NVI)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

"Se você quiser uma religião que te faça feliz, eu não recomendo o cristianismo."

(C.S. Lewis)

Ser, fazer ou parecer?

Os farei meu povo e serei o Deus de vocês. (Êxodo6.7 NVI)

Hoje me espantei com muita coisa... Com histórias de pessoas morrendo, com mudanças que desejava há anos e que foram concretizadas, com amigos que não via há meses... Mas o que mais me espantei foi com alguns textos que li.
Há algum tempo, ouço pessoas associando cristianismo a fazer coisas esquisitas, tais como andar pelado na rua ou deixar emprego e família e sair como andarilho sem rumo, em suma: fazer uma loucura e dizer que foi por Cristo. Fazer.
Há pessoas, um pouco mais sensatas, que entendem que ser cristão é simplesmente fazer o bem. Isso me faz lembrar o que Jesus disse sobre os fariseus. Eles cumpriam toda a lei, mas faziam isso para "aparecer". No fim das contas, fazer todas aquelas coisas era para "parecer" que eram quem eles, na verdade, não eram.
Mais do que fazer coisas ou que parecer que se é algo ou alguém, Deus estava interessado, desde o início, em pessoas que fossem, do verbo "ser".
"Sejam santos, porque eu sou santo" (1Pe1.16-NVI); "que se requer destes encarregados é que sejam fiéis" (1Coríntios 4.2-NVI); "vocês serão filhos do Altíssimo" (Lucas 6.35-NVI).
É impossível esconder quem se é. Deus nos conhece de verdade...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Meus?

Janeiro foi um mês muito diferente para mim. Em primeiro lugar, fui para São Paulo, cidade que os cariocas "amam"... Em segundo, trabalhei ao invés de descansar, nas minhas férias. Em terceiro, comi muita coisa que não comeria numa circunstância normal.
Tudo isso se deveu à minha participação no Projeto Materiais 2008. O PM2008 foi uma oportunidade única e divertidíssima de dedicar em tempo (quase) integral um pouco dos meus talentos à obra do Senhor.
Meus talentos? Meus?
Os pronomes possessivos são estranhos, não são? Eles indicam posse. Mostram quem é dono de algo. A nossa língua nos possibilita sermos "donos" de algumas coisas, mas a Bíblia diz algo diferente:
"Do SENHOR é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem; pois foi ele quem fundou-a sobre os mares e firmou-a sobre as águas" (Salmo 24.1-2 NVI)
Sendo assim, os "meus talentos" não são meus, são dEle; da mesma forma que a "minha" vida! Porque ao Senhor pertence tudo. Logo, não há mérito algum em oferecer os "próprios" dons ou talentos a Deus, afinal já são dEle! Quem assim o faz apenas devolve o que já é do Senhor a Ele mesmo. Os servos que obedecem são servos inúteis, pois só fazem o que o seu senhor manda. Os que desobedecem são servos maus, não deviam ser servos.
“Mas quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos contribuir tão generosamente como fizemos? Tudo vem de ti, e nós apenas te demos o que vem das tuas mãos." (1Crônicas29.14)

sábado, 12 de janeiro de 2008

Silêncio

“Assim diz o Soberano, o SENHOR: Vocês vieram consultar-me? Juro pela minha vida que não deixarei que vocês me consultem. Palavra do Soberano, o SENHOR.”
(Ezequiel 20. 3-NVI)

Continuando as reflexões sobre o antigo testamento, vamos a um texto de Ezequiel. O livro de Ezequiel possui um daqueles textos que podem suscitar diversos estranhamentos. Há uma meia dúzia de ordens absurdas de Deus que fariam várias pessoas desistirem de obedecê-lO.

O versículo 3 do capítulo 20, transcrito acima, é bastante curioso acerca da fala de Deus. À primeira vista, soa até como orgulho ou “birra” de Deus, mas não é bem isso o que acontece.

O desejo do povo ao querer “consultar Deus” não tem nada a ver com saber a opinião de Deus sobre algo ou descobrir a vontade dEle para o povo. Essa, na verdade, era uma prática pagã de consultar oráculos, o povo pretendia consultar Deus da mesma forma.

Durante todo o tempo, Deus queria um povo exemplar, mas obtinha um povo que fazia questão de agir como os demais povos. Esse era só mais um momento. Deus buscava um relacionamento com o povo e o povo buscava respostas fáceis, como que “tiradas na sorte”. A relação que eles buscavam com Deus não implicava dever, nem ser o que Deus queria que eles fossem, mas, apenas, ter respostas ao usar Deus como um empregado e não como Senhor.

Deus não precisava falar. Ele já havia dito o que queria deles na lei, na história e através dos profetas. Ele queria, apenas, ser o Deus deles.