quinta-feira, 5 de junho de 2008

Repetição

Eu sinceramente acho que existem coisas completa e irritantemente desnecessárias. Repetição é uma delas. Todo mundo odeia ouvir duas vezes a mesma coisa. Exceto música, poesia, "eu te amo" etc. Todo mundo odeia ouvir duas vezes algo como "Tire a toalha de cima da cama", "Saia da frente desse computador", "Desligue esse negócio".


Isso me faz pensar na Bíblia. Deus deve saber que somos filhos teimosos e, por isso, não adianta falar uma vez só... Aí a gente entende por que várias histórias bíblicas são escritas duas ou mais vezes, sem contar com as mesmas ordens repetidas milhares de vezes.
Essa história de repetições é bastante interessante, principalmente quando se lê 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis e 1 e 2 Crônicas nessa seqüência. Por que escrever 1 e 2 Crônicas, se é para contar a mesma história?
Os livros das Crônicas parecem uma cópia mais chata (por causa das infindáveis listas de nomes) dos 4 livros anteriores. Se é a mesma coisa, para que escrever de novo? Parece uma pergunta sem resposta, não é? Daquelas que eu já coloquei na listinha para perguntar para Deus tão logo eu chegue ao céu, logo depois de "Por que azul, se o céu poderia ser vermelho?". Contudo, essa pergunta tem resposta (não a da cor do céu): para renovar a esperança!
Reescrever e reler a História associando a cada história familiar e individual era um exercício necessário para renovar a esperança.
Para termos a esperança renovada é necessário que fatos novos aconteçam. Lembremo-nos da história. O povo estava no exílio. O fato novo foi a possibilidade de retornar a terra vários anos depois! Uma nova esperança de vida diante de uma situação que parecia não ter qualquer possibilidade de saída.
Além de um fato novo, nossa esperança se renova ao lembrarmos de como Deus agiu antes (só pra refrescar a memória), dessa forma confiamos nEle para que Ele faça além. Alguns lembram, alguns fazem hinos, cantam, criam um blog e outros escrevem ou reescrevem a história...
Por mais que seja chato ouvir a mesma ordem duas vezes, é delicioso assistir ao mesmo filme duzentas milhões de vezes. Reler a história de um Deus que se mostra o tempo todo fiel é como assistir a um filme com final feliz, pode ser a enésima vez que se assiste àquela cena, mas as sensações são as mesmas e a esperança é renovada.
"Lembro-me também do que pode me dar esperança:
Graças ao grande amor do SENHOR é que não somos consumidos"
(Lamentações 3. 21-22 NVI)

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