sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Legado

Legado é, segundo o dicionário Houaiss, o que é transmitido às gerações que se seguem. Você já deve ter se deparado com alguns trechos na Bíblia sobre a morte de alguém proeminente ou não.
Os textos dizem basicamente o seguinte: fulano foi sepultado na cidade de Davi e não houve outro como ele ou assim: fulano foi sepultado e não mais se falou dele. Lendo a história de dois reis de Israel eu fiquei muito impressionada com afirmações como essas. É perceptível como é importante para o autor dos livros de Crônicas, por exemplo, registrar a morte dos reis e como eles são lembrados a partir daí. Ou seja, é importante registrar o legado dos reis.
A história do rei Jeorão ou Jorão é emblemática quando se fala de memória post-mortem. 2Crônicas 21.20 registra o seguinte: “Era da idade de trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou em Jerusalém oito anos: e foi-se sem deixar de si saudades algumas; e o sepultaram na cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis.”. Uma das últimas vezes em que li isso, pensei: o que dirão de mim depois da minha morte? Será que, como Jeroão, não deixarei saudades?
A Nova versão internacional registra assim: “morreu sem que ninguém o lamentasse”. Já imaginou isso? Como foi a vida de alguém cuja morte ninguém lamenta? Um rei que não merece ser sepultado no túmulo dos reis?
O mesmo livro de 2 Crônicas narra que Jeroão andou pelos caminhos de Acabe e dos reis de Israel, o que significa que ele, nas palavras do apóstolo Paulo, “mudou a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem do homem corruptível”, ou seja, ele adorou qualquer coisa ao invés de adorar a Deus, deu honra e glória a qualquer coisa ao invés de se render a Deus, andou segundo os próprios desígnios ao invés de andar na lei do Senhor.
Quando lemos maus exemplos como o de Jeroão, pensamos assim: como é que ele fez isso? Ele não leu a lei? Ele não observou o que aconteceu com os que fizeram as mesmas coisas antes deles? Ele é muito desatento mesmo, né? Contudo, eu penso que, às vezes, somos muito parecidos com eles. Trocamos o culto por um programa de TV, trocamos um momento de estar a sós com Deus para estarmos envoltos em conversas pouco frutíferas, trocamos os valores eternos de Deus por valores corruptíveis deste mundo. E depois da morte, o que terá valor? O que deixaremos para as gerações futuras?
Que deixemos um legado. Que nossos investimentos prioritários sejam aqueles que vão durar para além da nossa morte e irão nos render tesouros nos céus.

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